16/03/10

é essa a força.






















- foi essa a força que usaste. Foi esse o punho que me empenhaste. Foi esse foi, e eu quebrei-o. E não te adiantou pintar as paredes de verde, que não me assustaste. Fraco. Usaste o meu próprio punho para me atingir, e sabes porquê? Porque, tu meu verme, nem um tens. Grande monstro, que nem um punho tem, nem um corpo, nem nada. E é assim que me encaras, escondido, cobarde. E eu rasguei-te, não foi preciso muito.

- ainda tenho um braço joana, ainda te tenho a ti, não me foges. Não penses que me expulsas, que me venceste. Eu sou mais tu do que tu pensas. Estou cá dentro, e tu para me expulsares... bem, tinhas que escavar bem fundo, e eu sei que não estás disposta a isso. Atreve-te.

- Digo-te eu, que esta luz que me escapa, só essa luz apenas, basta para me atrever. E não é preciso que arranque qualquer epiderme, que tu cais como pele morta, e és alimento de ácaros num instante. Não és monstro nenhum pois não? Diz-me lá, por que linhas te coses? A não ser por aquelas de que me rasgo, não és nada. Estás aqui por eu deixei, até me dá piada sabes? Esta luta que te dás a ti próprio, esta sombra que achas que tenho, que achas que é luz para ti. Pois bem, não é. Ahah, não és meu caro, não és nada em mim.

Eu. é brilhante o meu dedo. Quase que o beijo, já me pareceu bem mais distante, tal quais memórias diluídas entre sinapses. Agora, vejo-te directamente. És tu, dedo meu, és tu a minha luz. É com estas linhas com que me coso, com que me contruo. E vamos todos, até levo o monstro connosco, e escondemo-nos dentro de uma caixa com bolas dançantes. e tu danças monstro? até te deixo vir.

Isto sou eu meu monstro, rasgo-me pelas fibras, coso-me por onde me apetecer. Atrevo-me sim. E tu, aguentas?